Neste texto, tratamos de mais uma condição que pode manifestar-se até naqueles olhos mais saudáveis: a membrana epirretiniana.
Para melhor entendermos a membrana epirretiniana é importante, num primeiro momento, lembrarmos das funções da retina e suas respectivas definições. Localizada na parte posterior do olho, a retina vem a ser uma camada fina a qual recobre o interior dessa extensão da parede atrás do olho, lugar onde as imagens são enviadas para o cérebro através do nervo ótico. Bem ao centro da retina temos a mácula que é a estrutura responsável pela visão central, ou seja, a visão que usamos para assistir TV, reconhecer rostos, lermos um livro etc. Isso significa que a retina é a parte do olho onde as imagens são recebidas e posteriormente transmitidas ao cérebro para serem processadas.
Ao falarmos de membrana epirretiniana ou pucker macular (pucker, no inglês, significa enrugar ou franzir), estamos nos referindo a uma fina camada de tecido fibrocelular avascular (que tem poucos ou nenhum vaso sanguíneo) cujo crescimento acontece sobre a superfície interna da retina, provocando alterações na visão as quais tendem a aumentar conforme se dá o desenvolvimento da mesma. Ela gera, portanto, um enrugamento dessa região. No geral, a membrana epirretiniana cresce na zona central da retina, ou seja, na mácula, e é daí também que vem a sua designação de membrana epirretiniana macular.
Um dos fatores que servem de causa a essa condição é certamente a idade, pois o surgimento da membrana epirretiniana é mais comum em pessoas acima de 50 anos. No entanto, a causa exata para a sua formação ainda não é totalmente conhecida. Sua origem mais frequente é a de forma primária (ficando assim conhecida como membrana epirretiniana idiopática), ou seja, ocorre em olhos previamente saudáveis, sem qualquer patologia ocular, embora possa ser ocasionada na sequência de outras doenças relacionadas aos olhos (daí chamada de membrana epirretiniana secundária), tais como doenças oculares inflamatórias, algum tipo de trauma, retinopatia diabética, degeneração macular, deslocamento da retina, etc. Sabe-se ainda que as pessoas com histórico de membrana epirretiniana num dos olhos apresentam maiores riscos de desenvolver a doença no outro, mas habitualmente essa condição afeta apenas um deles.
Em nosso próximo texto, aprofundaremos mais os apontamentos sobre as membranas epirretinianas apontando os sintomas decorrentes desta condição e as suas respectivas formas de tratamento. Por ora, nunca é demais lembrar que o acompanhamento oftalmológico periódico é de suma importância para a prevenção, o controle e o tratamento geral de qualquer doença ocular.
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